Não há.
Não observo janelas, não presto atenção nos seus detalhes e camadas. Percebo o que vem através delas. O breve espaço onde não tem dívidas e nem roupa amassada, não tem mistura para o almoço e a hora passa despreocupada.
Despreocupação em acertar a rima e a nota, nem os acordes definidos por que os decibéis pertencem a um pássaro que grita ao infinito o peso de suas asas... Ruídos. Agora são apenas ruídos...
Discretamente as cores se alternam numa dança macia que vai do rosa ao azul, menino e menina, negro para os devaneios, finalmente noite e dia.
O clima flui sem precisar ser soletrado, o princípio chega e se despede sem tomar um café, com a pressa de um coelho atrasado.
Um galho dobrado com uma folha acesa, um muro sem cadeado e um gato cantando musica de ninar para um telhado envelhecido. E o que sobra? Inúmeras dúvidas se ele tenha, de fato, adormecido.
O mundo de cá é o mesmo que o de lá. E nada mais é pro mundo de dentro da pupila como base de inspiração pra perceber os detalhes que vagueiam naquele vão entre o mundo real e o real, com intermédio da poesia que existe em olhar no portal mágico daquela janela vazia.
Sinta o silêncio, sinta...
3 comentários:
DIETILAMIDA DO ÁCIDO LISÉRGICO
Seus textos as vezes me lembram alguns dos meus pensamentos. Gosto e sinto isso. Bom, muito bom.
a ótica atravez do obvio...adorei, como sempre
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