Canção do Inverno


Contrariando Cazuza,
fiz um blues em tua homenagem
O inverno é amanhã, Baby Maçã...
Eu vou rimar em você minhas ultimas bobagens

É que talvez não tenha se tornado um fruto proibido...

Teria entrado em meu quarto

Assim como aquele disco entrou no meu ouvido.

A fruta que caiu, perdeu o gosto pela intenção da mordida

Baby, Baby Maçã

Prepare seu agasalho marrom, tire as manchas que o tempo bordou
O inverno é amanhã
Sua boca pintará a despedida, a partida é feita de batom
O caminho carimbado com pegadas de semi neve
A próxima estação é a parada que eu não lembro o nome
Sonhei uma vez que era homem e contrariava os meus sonhos breves
Não adianta sonhos normais
Eu quero esquecer o que tenho de viver e não vou lembrar mais
Baby maçã, o inverno é amanhã!
Hoje eu ainda me sinto quente e preciso me resfriar
Não posso esperar
Arrume outras meias, retoque mais uma vez seu batom

Bobagens ... São lembranças que pesarão no bolso de dentro do agasalho marrom

Então a musica vai tocar quando você não for tocada... Ai, ai... Você escuta...

Passe o outono descobrindo a gravidade, o verão rabiscando a areia com suas insanidades

O inverno é amanhã, eu estarei longe inventando primaveras, buscando alguma outra fruta.

Baby maçã

O mundo é de quem sabe transitar entre suas estações

Ele é tão singular, não necessita de quem saiba amar, ele só quer influeciar...

Multiplicar as gerações...

Amplificando


A paz que me traz a amplitude do ser.
A tridimensionalidade na quietude do ver.
É quando sai do horizontal e do plano.
E passa a enxergar em longitude, altitude.
As nuvens, de massa única, tornam-se
Pequenas e belas voando em bando
Em um céu azul-rosê-alaranjado.
Mente alerta, aberta, atenta.
Visão amplificada. Paz serena n'alma.