Eu queria ser uma fotografia.

Eu queria ser uma fotografia...

Ficar renunciada em uma única posição, deixar todos os conceitos transpassarem perante a ótica de quem vislumbra.

Uma pose qualquer, fundiria em mim todos os significados que extrai do mundo. Um cigarro no dedo, uma paisagem de concreto perdida em meus olhos. Tudo que eu diria em meus extremos, solidificados e imutáveis.

Não haveria oscilações de humor e meu sorriso não se apagaria, nem meu cigarro acabaria.

Confortavelmente, eu eternizaria sentada em um mundo pessoal. Em um mundo que funcionaria como esse: Eu sendo reflexos das opiniões alheias, conceitos pré-fabricados e uma dose do que eu não sou pra mostrar quem eu fui. A diferença é que eu permaneceria, meu cérebro estaria intacto, e não sofreria com o tédio. Cada vez que eu me mostrasse, seria ainda mais belo pela persistência de permitir o tempo bronzear o meu papel. Ele jamais passaria em branco.

A insistência bruta da imobilidade mostrando tudo que eu não sou capaz: Ser apenas uma imagem.

Quanto as minhas influências, isso já é papel pra outro papel. Talvez um de folha grossa onde eu possa desenhar com minha mão densa sem correr o risco de rasgá-la.

Cores, mais cores e nada mais que uma fotografia novamente. Na onde tudo se contrai em uma idéia fixa de imortalidade, na onde tudo se dilata nos extremos das possibilidades.

Conhecimento coletivo!


Lembro agora das vezes que você me usou, brincou comigo e confundiu tudo.

Hoje te vejo como uma criança, que só quer brincar e brincar... Mais a vida é boa demais e sempre nos proporciona o inesperado.
Então vamos todos nos preparar para o desconhecido, o inesperado, aquele que insiste em acontecer!
Seja ele algo bom ou ruim, tenha seus motivos e acredite, pois, vamos nos surpreender novamente.
Sorrisos, abraços, inesperados momentos que hoje me guiaram, me colocaram no trilho. Me corrigem, aconselham e sopram em meu ouvido o caminho a seguir.
- Dona Moça, não sangre o coração do cavalo!
Disse o boemio naquela rua escura, onde só os verdadeiros se ergueram.
Numa roda os três verdadeiros cantaram, em roda se abraçaram e no meio disso surge então a força que precisamos.
- Vou provar meu poder em terra!
Disse novamente o boemio, respondendo a muitas perguntas com uma só frase.
Não, não vamos cair e quem ousar a tentar nos derrubar vai saber do que estamos falando.
Vem das antigas, dos bares e das cervejas, dos cigarros de filtro vermelho, da noite!
E pra quem não acredita, rio e peço que reveja seus pensamentos... Não queira se assustar.
- Não precisa ter medo!
Fortaleça quem quer o bem, não importa como, seja qual for a direção se mantenha forte, na esquerda ou na direita, quem ainda virá e quem já foi, somente fortaleça.
O caminho pode não ser esse, mais estamos nos locomovendo para o certo.
E depois de arrepios, conselhos e desculpas ele se foi...
- Boa noite! Ele disse.
Mais havia esquecido algo e então voltou.
Quando todos o entenderam, calmamente, se despede:
- Boa noite, só pra quem é da noite!
E pouco a pouco, caminhamos até nosso lar, para repousar e se preparar mais uma vez, pro inesperado.


Lalalalalala...

Eu vou viver num canteiro, puleiro, pulando, cantando
Vou viver a vida, corro devagar.
E em tantos sonhos, suponho, são mágoas, são águas passadas,
São momentos que esqueço devagar.
E desejos sinceros, sonoros, de outrora,
São estradas em que tento caminhar.
E nessa vida sofrida calada, eu desbravo, todo o tempo
Um instante de pensar...
E nessa vida amada, sonhada, vivida, curto sempre
Um instante de pensar...
São tantos sonhos que às vezes suponho,
Não são mágoas, águas a rolar.

tortura/procura/essência

Essa obsessão de chegar...
O terror de não vir a ser o que se pensa...

Esse eterno pensar nas coisas eternas
Que não duram mais que um dia
Que não duram mais que um dia

A tortura à procura da essência
O barulho aterroriza, tranca, lacra o peito

Sinal da paranóia, Sinal da paranóia, Sinal da paranóia
Sinal da paranóia, Sinal da paranóia, Sinal da paranóia