Overdose




Já pensei que pudesse ressurgir

Cantando com mártir sua condição

Deixando-me confusa, mas sem desorientação

Fugindo pro meu lado como se fosse contra-mão

Nem me preparo, tenho a noção do perigo

Do que é ter você mais perto

Com receio de corpos antigos.

Base do olho molhada. Duas, três semanas e nada.

Lavei as roupas, vivi minha vida

Concentrei em males de outrora

Pra alimentar, agora, ressacas derivadas de folias.

Se meu personagem faz papel distante,

Não sabe o gosto que meu vocabulário tem

Devora suas certezas e sabe que por um instante

Foi o vicio que eu não conseguia viver sem.

Já não me serve mais como amante...

Só te resta fazer platônico o seu amor

Por que é mais valioso em versos, poesias e prosas

Assim não se desgasta na dor

E não precisarei dar buquê a quem não gosta de rosas.

Pois de mim, não espere mais que poesias

Talvez versos feitos de duas vidas sem rimas

E depois de todo reencontro sem beijo

Pode ter o capricho de guardar como um segredo

O cheiro, pro seu machismo, afrodisíaco

................................................. Da minha pele, roupa e cabelo.