Sobre o tema: Aborto

Assunto polêmico, já é digno do titulo pelo fato de já ter sido muito argumentado, explorado, discutido... Fica difícil de saber que o resultado disso tudo são duas respostas e que qualquer idéia bem argumentada é mais fácil de ser aceita.
Se tratando de aborto, o assunto não é subjetivo e não digo isso pela aquela velha história de “vida interrompida, é assassinato e ninguém pode contestar”, digo por envolver questões políticas, éticas, morais e principalmente teológicas. Tudo é muito bem pensado, quando se trata da legalização, e garanto que a ultima conseqüência que se é refletida é o bem estar das mulheres sujeitas a tal ato. Ninguém precisa saber disso desde que se tenha ONGs pra cuidar de mais esse assunto.
Mas não quero desenrolar por esse lado, por que acho que a idéia era eu falar sobre a minha opinião e não desenvolver uma matéria com os prós e contras. Claro que não da pra negar que uma mulher, depois de abortar, pode sim ter vários distúrbios psicológicos e uma imensa tristeza por ter “matado” seu filho... Instinto materno. Claro que uma mulher que se sujeita a fazer aborto, pode ser sim chamada de insensível e imprudente por não ter se prevenido e blá blá blá... Instinto de reprodução. E não podendo deixar passar o motivo que pode levá-la a tal atitude pode sim ser motivo que foge da compreensão de terceiros, seja por dinheiro, por carreira, por qualquer outra coisa que diz respeito a ela... Instinto de sobrevivência.
Não da pra sair julgando, levando em consideração somente o fato de ser mais uma vida, por que são duas e a que vem em segundo plano é sim muito mais importante do que a que ta sendo construída. Já tem seu grau de influencia na sociedade, tem suas vontades e medos moldados pela sobrevivência, sua moleira fechada, seu raciocínio e o total direito de escolher o que quer ou não pra sua vida. As vezes chego a pensar, por intervenção de raciocínio subconsciente, que se fossemos todos hermafroditas, o aborto nunca teria sido proibido e não pelo motivo maior de sobrecarga do mundo, mas por motivos em que a censura do sabor não existiria por saber que o modo de degustar seria o mesmo.
Eu realmente não consigo pensar em ser contra a legalização, talvez pareça confusa e pouco objetiva. Mas me cansa toda essa idéia de vida, sendo que a própria vida, já viva, não é vivida! O que é pecado senão os próprios instintos? Como posso defender a não legalização falando em Deus (o ultimo argumento de quem não tem mais nenhum) como força suprema e chefão do bem e do mal? Deus num é chefão de porra nenhuma, você pode viver em penitência que não vai para o céu e seus pecados são as coisas mais gostosas que você fará na sua vida.
Me desculpem, não consigo ser mais clara. Eu sou a favor da legalização do aborto, eu sou a favor legalização da maconha, eu sou a favor da prostituição, eu sou a favor da paz... Proibições, só trazem mais situações caóticas e eu sou a favor da expansão da mente e insisto em acreditar que um dia o respeito vai trazer o fim de tanta confusão monetária, política e, grotescamente, moral.
Talvez seja mais uma idéia que daqui a pouco vou agregar mais informações e talvez mudá-la ou fortalecê-la, mas não suporto o principal argumento de todos que são contra, sobre renuncia de vida, sabendo que esse conceito tem princípios religiosos, e pecado não é interromper vida que estranhamente ainda não existe, erro maior é achar que existe algum pecado no mundo, isso sim é renuncia à vida, é renunciar a você, todo direito que tem de escolher, já que estamos com consciência ativa de fazer a dor ficar ausente através de possíveis prazeres...
É uma complexibilidade extrema e posso até ter entrado em contradições... Mas eu sou a favor da vida e realmente acho que a proibição é algo grotesco... Na verdade a questão é também ser a favor de quem quer ser a favor, de quem acha que a vida é bem mais que um coração batendo e mais uma boca pra comer. Quando se olha com frieza fatos como esse, da pra saborear com mais amor quem já faz parte da sua vida. Parar de arrumar argumentos pra interferir na vontade alheia e começar a arrumar soluções pra quem de fato precise delas: pra desabrigados, esfomeados que como todo mundo já tem raciocínio desenvolvido e que sofre mais que uma dor física.
E como eu disse, idéia bem argumentada é mais fácil de ser aceita, então, de verdade não acredito que a minha seja... Mas entre os diversos fatores que envolvem esse assunto, eu acredito que o maior deles seja a religião por isso foquei tanto. Desculpem pela confusão criada, mas isso já vem a pedido do próprio tema... E, claro, desse paradoxo entre Homem/Deus que se fosse pra explicar detalhadamente, precisaria mais que um teclado, mas de uma calçada, um copo de vinho barato e uma madrugada despreocupada pela frente...
Que fique bem claro que eu NÃO sou contra a GRAVIDEZ, conheço crianças bem fofas, sou a favor de quem não deseja tê-la.
E não poderia deixar de falar: puta que pariu, mas que tema da porra, cara!!!