Fuga n°3

Aprecio a necessidade do vicio... Quando me refugio em algum cigarro que queima friamente, destruindo minha vida tão exata, sei que algum equilíbrio pode desatar.
Nesse conjunto involuntário de células, a fumaça preenche quando me falta o ar.
E no desespero esperado de me matar pra me sentir viva, sei que também morre afogado quem sente muita sede.
Sei que leva tombo quem descansa demais no balanço da rede.
Mas no fim, nunca está sozinho quem se sente só.
Tem consigo todas as fiéis essências de sorrisos a essenciais dores.
A vida pode ser colorida e o cigarro um detalhe, quando na verdade tudo vira cinzas
independente das cores.