Primeira Pessoa do Plural

Nunca pensei com prioridade quem sou eu. Cada dia que eu olho em algum reflexo meu, seja de vidro ou de papel, vejo pessoas tão diferentes... Já fui tão pequena e com formas estranhas, 1, 4, 6, 12, 13, 15, 21 anos... No mesmo ser que não foi apenas um. Quantas expressões, quantas formas faciais, quantos apelos e desejos diferentes acumulados em uma visível nostalgia quando divago em algum álbum de fotografia pessoal...

Eu sou um aglomerado de todas essas influências, sem direito de rotular como boa ou ruim. A relatividade evidente e inegável é só uma forma de simplificar a atividade sistemática de qualquer organismo. Posso ser a moça tímida, a ousada, a megalomaníaca camuflada. Mesmo assim, eu não seria contraditória. Eu seria eu, nada alem de um único ser e muito longe de ser única assim.

Somos iguais nas possibilidades que abrange o universo. A forma de se destacar, o que é conveniente, não é o medo que eu admito ter e nem o defeito que eu insisto em dizer pra soar como qualidade. O ambiente, as pessoas, a temperatura, os odores, a visão... Não anulam as influências causadas pela presença simples e não menos caótica, quando paro pra me analisar e acabar com um ponto de interrogação lacrando a boca. Eu não sou. Eu dependo de quem acha que é pra poder me refletir e atuar sobre o roteiro clandestino que me apresentam de mim mesma. E quem ta achando, não interfere na certeza que o define, não o desvaloriza quem é em um momento que sabe o que está sendo. Tudo pela relatividade, tudo por que depende... Dependendo do ponto de vista, dependente do Uno* que somos todos nós em um todo só.

Universo é exato pra ser o que é agora... Um cálculo certo, que mesmo se fosse diferente ainda assim seria o único. Por que o equilíbrio que nos rege, consiste em todo o caos que existe, como uma forma de destorcer pra sempre encaixar. Homogeneidade é a tendência de TODAS as coisas existentes e até mesmo com as que não existem, pelo fato de não conhecermos... Tomando nome de Deus pra tampar as “falhas”. Encaro a minha ignorância sem me condenar por ela, involuntariamente dissipo vitalidade pra falar de existencialismo... Não passo sobre minhas transmutações, fantasiadas de tempo, tentando ignorar a existência que constantemente me aborda e me preenche influenciando da mesma maneira que é influenciada por mim. E a minha influencia é fruto das mesmas influências que sofri outrora.

Somos grandes liquidificadores, embaralhamos as texturas casuais e geramos pasta para moldar outras possibilidades em uma mesma probabilidade: A certeza que o certo é o que se faz, independente de qual seja ele, não existe dualidade no final das contas. Pecado, Deus, sim, talvez, opções... Isso e mais outras milhares de manifestações existem para contrastar, encaixar e permanecer no abstrato homogêneo, resultando no final dessa equação, que varia as ordens dos fatores dependendo de quem a calcula, em um único resultado.

Não fui a mesma criança que tenho impressão de ter sido. Com o mesmo caos admito toda a existência, assim como eu fui várias, o mundo existe em vários e por vários. E da mesma forma que me guardo em um estereótipo chamado de EU, o mundo calculado comigo e com mais tantas singularidades se torna plural em um estado ímpar perfeito e homogêneo: Único, um, uno, universo.

Tudo termina onde começa. 1 é um por ele só. 1+1 será 2, que como em qualquer outra conta será UM resultado. Sou a soma de todo o mundo. Sou o universo sendo parte dele.

Fuga n°3

Aprecio a necessidade do vicio... Quando me refugio em algum cigarro que queima friamente, destruindo minha vida tão exata, sei que algum equilíbrio pode desatar.
Nesse conjunto involuntário de células, a fumaça preenche quando me falta o ar.
E no desespero esperado de me matar pra me sentir viva, sei que também morre afogado quem sente muita sede.
Sei que leva tombo quem descansa demais no balanço da rede.
Mas no fim, nunca está sozinho quem se sente só.
Tem consigo todas as fiéis essências de sorrisos a essenciais dores.
A vida pode ser colorida e o cigarro um detalhe, quando na verdade tudo vira cinzas
independente das cores.

As vezes.


As vezes me pergunto: Porque é que tem que ser assim?

Uma pergunta sem fim... Porque é que tem que ser assim?
[...] Justamente por isso prefiro não comentar nada, calar minha boca diante de seus ouvidos.
De que adiantaria sofrer para falar se você não da nenhum valor e nem procura entender.
Será mesmo? Como assim, você acha isso normal? Sério?
Não é teatro e não tem nada ensaiado!
Talvez, se eu usasse a mesma estratégia de escrever para te contar tais coisas desse certo e você acreditasse...
Você não faz idéia de como me perturba, me dói, me consome!
Não acredito que sou capaz disso...
Pensei, é difícil até pra mim entender, não tenho nenhuma prova.
Minha unica prova depende muito da sua.
Talvez o que você achasse disso, confirmasse o que eu sinto, ou desencadeasse uma loucura ainda pior. Depressão, conflitos existenciais ou adolescência, não sei qual nome dar, ou qual nome dariam.
Queria mesmo um abraço, o seu abraço, o abraço mais confortante que eu já pudera imaginar em ganhar.
Mesmo sem ele, já me conforta!
Fico imaginando como você está, cada passo que você da, pra que Deus não esqueça eu mesma tratei de lembrar.
Me imagino deitada ao seu lado.
Me imagino te olhando, naquela roda, onde subia fumaça e você tocava violão e cantava olhando para mim.
Eu imagino tanta coisa...
Eu me acostumo a tantos pensamentos, reorganizo toda a minha vida em cima deles, ou tento pelo menos!
Essa saudade? Ah, não me pega mais!
Já aprendi que a culpa é toda sua saudade, está tudo bem, nós estamos bem e não vamos ser tolos o bastante para jogar o sentimento mais bonito que possuímos no lixo, não é?!
Não se desculpe por ser você, você é você!
Você é todo charme, é poesia, é prazer, você é amar, é do bem e do mal, é da natureza, você é meu, você é feito pra mim... Você é meu encaixe, meu RNA- Transportador, haha.
Agora já estou pensando em ir dormir de novo...
Já estou mais calma, mais tranqüila.
Mais agora estou pensando demais em você, como dormir?
Me deu um calor e que calor!
Parece que você está aqui, o seu cheiro está, o seu peito suado com os batimentos fortes junto ao meu, seu olhar fundo, longe, me faz entrar nele e ir bem longe, ir fundo.
Que delicia amor, não acredito que você sentiu isso, sério!
Cara, toda vez que penso em você, penso em cor laranja.
Não pergunte! Por que?
E essa cor forte, quente, sai do meu coração, te envolve todo, onde quer que você esteja! Te guarda, te guia, te protege e acalma...
Como quando a gente está deitado e da aquele sono, abraçados, com o silêncio que diz tudo.
Eu deveria ter pego uma folha de sulfite, porque já estou na 3° dessa caderneta e já pensei no sonho, mais minha vida ão é feita somente de sonhos, talvez eu esteja cá cometendo o maior erro, talvez carne e osso só exista nos sonhos e nossa vida se resuma a isso, a sonhar.
mais não sei porque, talvez por ser ingrata...
Mais enfim, sonho me passa a sensação de que nunca vou realizar, parece que está tão longe, pode ser por culpa minha mesmo, posso ter realizado todos os meus sonhos como uma pessoa qualquer e não ter dado a mínima, porque sempre queremos mais, nunca esta bom e nada esta bom. Ai, não quero nem pensar mais nisso, sonhos e sonhos...e pode anotar ai, descobri que sonho é uma coisa complicada.
Será que eles sentem dó?
Talvez se sintam superiores a mim, para sentir isso só pode ser.
Dó é um sentimento/sensação momentânea ridícula! Quer "sentimento" mais único que dó?
Único porque esqueci a palavra, sabe quando se é uma pessoa chata que quer tudo pra ela?
Enfim, dó também é complicado.
Precisava arrumar meu quarto, precisava postar alguns textos no irmã feia, estou muito sumida de lá, deixa eu ver...o que mais?
Ah, de imediato acho que é isso.
vou escrever assim mais vezes, quero um cigarro e quero agora, mais não vou buscar por que esta longe, então vou somente escrever, escrever assim, tudo o que estou pensando, o único problema é que penso muito e minhas mãos não acompanham a cabeça, haha.
Mais é bem legal, posso de repente concluir textos inacabados, posso dar boas risadas, ou ate mesmo relaxar.
Parece que o mundo inteiro me ouve, me sente, me imagina!
Porque parece que o mundo inteiro me lê, ou posso ser uma adivinha e esse pode ser o meu futuro presente...escrever para o MUNDO!

Em um dia, certo que será tempo.


Certo dia, como um dia. Bem certo que seria dia. Incerto em um furo de tempo. Temporariamente certo, de certezas parciais. Imoralidade me subiu à cintura, agarrei pelo seio e a mente sobrou. Sabotou a noite que se fez o dia, na inflexibilidade da agonia de um dia desbotado... Choveu. Eram as mesmas nuvens que eu costumava descansar, que depois de muito voar, parava e tomava ar com limão e gelo. Ignorou o meu apelo. Chegou clareando com a certeza que me ofuscaria. Ofendendo as minhas pupilas, lubrificando com água do fundo do poço.

Meu sangue continua dançando em minha barriga, reflete no meu cabelo e me deixa protegida com o mesmo totalitarismo que me manteve viva. Com os olhos mais discretos, com a mente quase aflita, que toma conta da minha sintonia física e quase me permite um grito.

Em certo dia, certa que será noite. Bem certo que estará escuro. Na perfeita distopia dessas horas de todos os tempos... Minhas pupilas se dilatarão megalomaníacas, dominantes e exaustas. Imoralidade escorrerá por minhas pernas e forrará o chão, rolarei em baixo da mesma chuva. Enxergando o que só se vê no escuro. Sentindo o que só se percebe com os olhos fechados.

Who is really you?

A rotina toma sua inspiração e te deixa a conta.



Primeiro o convite, vamos a rotinar
Logo se encontram e fica claro o destino!
No lugar escolhido as conversas são as mesmas, os mesmos pensamentos e idéias
Consumistas, consomem e te consomem.

Horários, férias, finais de semana, todos consumidos!
Somem, acompanhada de sumidos me encontro com-sumida, homens
Sumidos, que cansaram do cansaço oferecido, sumiram dos convites
Dos encontros, da rotina.
Com sumidos que insistem em caminhar contra-a-cultura rotineira
Contracultura que quebra, desfaz e caminha para outro rumo
Conservar as dores? Do que adiantaria?
Contra a cultura dos conservadores consumistas e rotineiros
Contra o sistema
Contra a mídia e as fontes de manipulação social
Em pleno século XXI quem não enxergaria de tal forma?
Ditadura camuflada, inverteram o sentido das palavras
Basta, a conta agora é sua!

Quanta Hipocrisia

Adultos sem saber ler, crianças sem ter o que comer,
Mortes nas escolas e o dinheiro das merendas em paraísos fiscais
Os professores têm medo e também os pais.


Por onde anda nossa educação?
Na construção de uma escola ou no bolso de um ladrão?
Não se pode aprender, sem ter o que comer
Não se consegue educar, com medo de apanhar.
E quem devia nos proteger, ajuda a amedrontar.

Quanta Hipocrisia
Inocentes apanham da polícia, milhares morrem de injustiça
Pra onde vai nossa nação? Doentes da civilização!





Dois estudantes foram presos, fumando um baseado

Os 'polícia' só queriam conseguir algum trocado
Os estudantes estavam zerados e foram algemados


Pra onde foi a viatura, ninguém sabe, ninguém viu
Simplesmente partiu, sem deixar nenhuma trilha
E agora em algum lugar, o luto cerca duas famílias
Enquanto isso no Planalto ainda governam as quadrilhas.
E assim prosseguimos em nosso Brasil.

Quanta Hipocrisia...